quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A banalidade do Stand-up comedy

Vocês já perceberam que todo ator de stand-up comedy (a modinha do momento) começa uma frase exatamente como comecei esta ? Pois é. Eles sempre vem com um "vocês ja perceberam...", "já repararam que...", "vou contar uma coisa do cotidiano...", "então...". Eu até já tinha pensado num texto pra um ator de stand-up fazer... seria exatamente sobre o quão repetitivos e banais alguns atores de stand-up comedy. No caso, uma metalinguagem¹.
Confira uma tirinha que achei na internet satirizando o stand-up:

(clique na imagem para ampliá-la)
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¹ Metalinguagem é a propriedade que tem a língua de voltar-se para si mesma, é a forma de expressão dos dicionários e das gramáticas. O significado do termo, entretanto, ampliou-se e hoje o encontramos associado aos vários tipos de linguagem. Uma música cujo tema seja o próprio fazer musical terá empregado esse recurso. Quem não se lembra do conhecido "Samba de uma Nota Só", de Newton Mendonça, imortalizado na voz de João Gilberto? Diz ele: "Eis aqui este sambinha/ feito numa nota só/ outras notas vão entrar/ mas a base é uma só", trecho entoado em uma nota só.
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No cinema moderno, a prática também é razoavelmente comum. Quem assistiu à produção de Woody Allen "A Rosa Púrpura do Cairo" tem aí um bom exemplo de uso de metalinguagem. O título reproduz o título do filme visto repetidas vezes pela personagem, uma jovem que, encantada com a trama do arqueólogo que busca a rosa púrpura do Cairo, vai ao cinema diariamente para assistir ao mesmo filme. Até que o personagem da tela a vê e a convida para entrar em seu mundo de fantasia.
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Leia mais: Folha Online e Wikipedia

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